Tarifa Branca: tudo o que você precisa saber

A tarifa branca é uma nova opção tarifária para os consumidores de baixa tensão (Grupo B), geralmente residências e pequenos negócios que recebem energia em 127, 220, 380 ou 440 Volts, e para aqueles atendidos em alta tensão (Grupo A), optantes da tarifa de baixa tensão. Com a adesão da tarifa branca, os consumidores residenciais e comerciais pagarão diferentes tarifas pela energia, dependendo do dia da semana e da hora de utilização.

A Tarifa Branca entrou em vigor no Brasil a partir de 1º de janeiro de 2018 e está sendo disponibilizada para as unidades consumidoras de forma gradual. Segundo a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), inicialmente esta opção tarifária estava disponível apenas para os consumidores de baixa tensão com consumo médio mensal acima de 500 kWh.

A partir de 2019 foi permitida a migração de consumidores com consumo médio mensal acima de 250 kWh. A partir do próximo ano todos os consumidores, independente da média de consumo, poderão optar por essa tarifa.

Por que a Tarifa Branca foi criada?

Esta nova modalidade tarifária tem relação direta com os custos da produção, transmissão e distribuição de energia elétrica, que variam dependendo do dia e do horário de consumo.

Como já mencionamos aqui no BLOG, o consumo de energia elétrica varia ao longo do dia. No período da madrugada o consumo é baixo, a maioria das pessoas encontram-se dormindo e os equipamentos da sua empresa encontram-se desligados, provavelmente.

No começo da manhã o consumo de energia começa a aumentar quando a empresa começa a entrar em funcionamento e as pessoas a ligarem seus equipamentos residenciais.

Durante o horário do meio dia o consumo volta a diminuir com a saída dos funcionários para o horário de almoço, e no final da tarde, quando o expediente chega ao fim, é onde se encontra o maior pico de consumo de energia elétrica no Brasil. É nessa hora que a população volta para casa e liga um grande número de equipamentos, desde televisores até condicionadores de ar.

Com base nessas variações e para incentivar os consumidores a deslocarem seu consumo para os horários de menor demanda de energia que esta nova modalidade tarifária foi proposta.

Como funciona a Tarifa Branca

Durante os dias úteis a tarifa branca terá três postos tarifários:

  • Ponta: quando há maior demanda de energia;
  • Intermediário: geralmente uma hora antes e uma hora depois do horário de ponta;
  • Fora ponta: quando a demanda por energia é menor.

Esses períodos são definidos pela Aneel e são diferentes para cada distribuidora, devido às peculiaridades de cada região de operação. Confira aqui os períodos tarifários de cada distribuidora.

Nos finais de semana a tarifa de energia não sofre alteração, ou seja, é a mesma para todas as horas do dia, e é mais barata que a tarifa convencional.

Veja o comparativo entre a Tarifa Branca e a Tarifa Convencional:

Tarifa Branca e Tarifa Convencional

Fonte: Aneel

Segundo a Aneel, antes da criação da tarifa branca os consumidores de baixa tensão contavam apenas com a tarifa convencional, que possuía um único valor de tarifa (R$/kWh) cobrado pela energia consumida, independente do dia e horário.

Leia mais: Bandeiras tarifárias: o que são e como se preparar para elas

Com a introdução da Tarifa Branca, a intenção é criar condições favoráveis para os consumidores deslocarem o seu consumo de energia elétrica dos períodos de ponta para os períodos intermediário e fora de ponta. Isto visa a melhor utilização das redes de transmissão e distribuição do sistema elétrico, reduzindo a necessidade de expansão do sistema.

Antes de migrar para a Tarifa Branca…

Caso o consumidor opte pela tarifa branca e continue utilizando energia nos horários de pico, segundo a Aneel, o valor pago no final do mês pela energia elétrica pode até aumentar.

Deslocar o uso de chuveiros elétricos e condicionadores de ar do horário de ponta e intermediário para os períodos de menor demanda (manhã, início da tarde e madrugada) traz benefícios não apenas para o consumidor, mas para o sistema elétrico como um todo.

É importante, portanto, que o consumidor, antes de optar pela migração para a tarifa branca, conheça seus hábitos de consumo, para evitar surpresas no final do mês.

Quanto maior a flexibilidade do consumidor em deslocar seu consumo de energia para os períodos fora de ponta, maiores serão os benefícios dessa modalidade tarifária. Caso seu consumo se concentre nos horários de ponta e intermediário, sem possibilidade de deslocamento, o valor da fatura pode até subir.

Como aderir à Tarifa Branca

Para aderir à tarifa branca, basta o consumidor formalizar sua opção junto à distribuidora, caso contrário, continuará no sistema convencional.  Vale lembrar que a tarifa branca não se aplica aos consumidores residenciais classificados como baixa renda, beneficiários de descontos previstos em Lei, e à iluminação pública.

Caso o consumidor perceba que sua migração não foi vantajosa, este pode solicitar junto à distribuidora local o seu retorno a tarifa convencional. O prazo para a distribuidora retornar o consumidor ao sistema convencional é de 30 dias. Caso este queira novamente retornar a tarifa branca, deverá aguardar um período de carência de 180 dias.

Para evitar descontentamentos com a migração, o consumidor deve comparar as duas tarifas e simular o seu consumo com base em seus hábitos atuais e verificar a possibilidade de deslocamento do mesmo. Clique aqui para fazer sua simulação no site da Copel.

Conclusão

Portanto, nada mais sensato que se planejar e efetuar um bom planejamento e estudo dos hábitos de consumo, para evitar descontentamentos e conseguir atingir a redução de custos com energia que é tão visada nos dias atuais.

Simular seus hábitos de consumo considerando as duas tarifas nem sempre é uma tarefa de fácil execução, mas pode render bons resultados. Utilizar plataformas de gestão de energia e alguns check-lists de redução de gastos pode auxiliar nesse processo, tornando seu estudo mais simples, fácil e descomplicado.

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